terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ser diferente

Não sei se posso dizer que sou do tipo que quer ser diferente. Talvez eu saiba sim. No fundo, eu sei que há algo meio bobo em querer ser diferente, porque é uma busca tão... adolescente. Mas o que acho que me guia mesmo a ser diferente não é querer ser diferente, porque eu sei que buscar ser diferente não é necessariamente uma busca legítima, a partir do momento que não se busca ser o que se é realmente – se é que dá pra saber o que somos. Mas, enfim, o que me leva a querer ser diferente é não querer ser igual a todo mundo.
Pra mim há uma coisa muito irritante na lógica do gado, no “querer fazer o mesmo que todo mundo está fazendo”. Depende, se isso significa experimentar algo novo que saiu por aí e todo mundo diz que é bom, por que não? Não funciona pra tudo, afinal, convenhamos, a opinião sobre “arte” da maioria é beeem duvidosa, arte pop no geral é muito ruim. Mas funciona pra comida. Todo mundo diz que o restaurante x é bom, vou lá experimentar, certo? Não experimento o filme Crepúsculo porque basta analisar os fãs e o trailer que você já vê que é ruim, basta. Mas teve Titanic que foi frisson na minha época e não é um filme ruim, eu gosto, assisti as tais mil vezes (ta, por causa do DiCaprio, foi minha adolescência, oras xD).
Mas, convenhamos, tem algo mais despersonalizante (e “minha turminha da 8ª série”) do que tentar a todo custo se encaixar e fazer o que os mais populares estão fazendo pros outros gostarem de você? Eu sei que tentar ser oposto (virar gótico, emo, punk, neo-nazi, hippie, otaku caralhos-a-quatro) não é também lá a coisa maaais original a se fazer (embora eu ache bonita e empreste algumas dessas modas). Eu sempre fui o “exército de um homem só”. A nerd que não se encaixa em lugar algum. Em parte por relutância, por achar que se “encaixar” é se despersonalizar, como disse ali. E, como não há nada novo embaixo do sol, não digo que eu não seja um pouco gótica-punk-emo-hippie-caralhos-a-quatro (neo-nazi não, ok xD).
Não quer dizer ter síndrome de underground forever. Quer dizer procurar sempre obedecer meu gosto, acima da onda que está por aí. É claro que meu gosto é influenciado – tem como deixar de ser? –, mas eu fujo de me encaixar no grupo x. Eu não sou o grupo x. Eu sou Marcely Costa e fim. É difícil ser só você porque você nunca será compreendida nem bem-quista integralmente por ninguém (e alguém é?). Quer dizer, se você é otaku, vegan, sei lá, você tem um grupo pra se encontrar de vez em quando. Eu acho tudo isso uma coisa meio religiosa, como um retiro espiritual, um medo de ficar sozinho em que a pessoa opta fazer parte do que um grupo está fazendo. É como se juntar ao grupo de culinária, de literatura, pra ter um grupo. Bom, somos seres sociais, nada de mal nisso. Mas eu odeio me generalizar e eu não consigo ficar bem nem no grupo de literatura.
O bom do grupo de coloridos é que só uma coisa une: ter cabelo colorido. E mesmo isso sempre está em constante mudança. Tem gente otaku, gótica e patricinha -n no grupo. As pessoas, na maioria das vezes, não tem nada em comum. Ou tem muito. A única coisa que parece existir em comum é essa irritação por gente que tenta ser igual a todo mundo.
Agora chega a parte que vou ser fundamentalista-xiita-alternativa e que vou dizer as coisas que mais odeio em todo o universo (as coisas, se trata de uma generalização e não quer dizer que não tenho amigos que façam uma ou outra coisa, afinal você não é obrigado a deixar de fazer – se gosta – também, só porque os outros estão fazendo).

Cabelo Liso-a-todo-custo



Achar que só cabelo liso ruleia é ser muito manipulado e imbecil, sinceramente. Morra quem acha que seu cabelo só é decente se está mais liso que chão recém-encerado. Se você prefere, ok. Mas enxergue que há uma beleza nos cachos e que tem pessoas que ficam até bem melhores cacheadas que lisas.
Ah, e sim, o cabelo tem que ser comprido. Quanto mais comprido, melhor. Se for curto não tem valor. Argh!

Cabelo com luzes loiras



Não vou dizer que tem alguns (raros, por sinal!) que são bonitos. Mas o irritante é que a cada 10 pessoas do mundo, 11 tem as benditas luzes loiras. Não tem coisa mais IRRITANTE do que luzes loiras, pra mim. Eu vou no salão, TODAS as mulheres tem o cabelo com luz loira, uma no canto está fazendo... geralmente é uma luz dourada escuro MUITO FEIA PRA CARALHO. E que segundo as mulheres funciona pra negra, mulata, parda, branca, ruiva, criança, adulto, hétero, homossexual, cachorro, papagaio. Mas na verdade, a maioria são mulheres brancas e hétero (mesmo que sejam filhas diretas de zulus, elas podem jurar que são brancas, porque branco sempre esteve in, não é mesmo? Branco é a maioria esmagadora (pelo menos na cabeça de certas pessoas, no máximo um pardinho bem eufêmico)).

Unhas francesinhas



Também não é algo que eu ache feio, feio. Mas já notou que toda mulher mal comida com cara de enjoada faz unha francesinha? Geralmente tem cabelo com luzes loiras. São enjoadas e mal-comidas porque seus respectivos maridos também são o lugar-comum do macho idiota que mais comem as amigas delas do que elas mesmas. Sei, generalizei longe, mas é que unha francesinha me irrita profundamente. E o pior é que os respectivos machos e essas mulherzinhas pífias são as que olham pra mim com cara de: eca, cores fortes, nem é apagada, que insulto, nem é in, nem é bonito, nem parece uma pessoa de elite. Ódio! Ainda saboto o esmalte Renda da Risqué e coloco o veneno mais mortal ao toque.

E é isso, e a pessoa que junta tudo isso num ser só é que não faz a menor falta pro mundo. Pelo contrário, seria até bom não ter... a não ser que ajude uma instituição de caridade, só se.

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