sábado, 4 de agosto de 2012

"A vida é linda, o mal é que muitos confundem lindo com fácil"


Essa frase é algo que venho me debatendo há algum tempo... No momento em que li isso encontrei um erro no meu modo de pensar as coisas e tive que aceitar que eu só odeio a vida, como todos os livros de autoajuda tanto já disseram e eu não quis escutar, porque sou derrotista.
Eu repasso a frase mentalmente, tentando encaixá-la na cabeça, mas de alguma forma é como se meu corpo expulsasse a ideia, embora não rejeite totalmente. Há algo esbarrando. Primeiro penso se vale a pena passar por tantas dificuldades porque é bonito, mas já está na hora de eu abrir mão de tentar aplicar a pergunta “vale a pena?” para qualquer coisa, pois a resposta nunca é favorável a nada, e é inútil. Mas ainda assim, ainda assim acho que minha mente esbarra na afirmativa: “a vida é linda”. A vida é linda? É isso.
A vida é linda? E minha mente ecoa: não, não é. A vida é linda? Um absurdo. A vida é linda? Erro.
Ou será, eu me desafio, que estou confundindo as coisas como diz a frase?
De qualquer forma, minha mente diz, pouco importa se é difícil ou se é fácil, eu tenho dúvidas se a vida é linda.
A vida é linda em filmes, a vida é linda na dança, a vida é linda numa pessoa estranha, a vida é linda nos gatos, a vida é linda nos livros, mas a vida não é linda dentro de mim. E quem ousa dizer que a vida é linda para quem sofre? Não digo eu – qualquer pessoa que sofre. Pense num exemplo no vasto mundo de misérias.
Mas, você pode contra-argumentar, o mundo não se faz só de misérias. A miséria é a dificuldade. Ainda que haja miséria, porque não é fácil, a vida é linda.
Mas, digo eu, a vida é linda quando a gente manipula a vida. A vida é linda por alguns segundos de gozo. Mas se for pesar na balança, a vida é no mínimo banal. Medíocre. E vulgar.
É, é difícil me convencer de que a vida seja linda. Mas com uma coisa eu concordo: fácil não é mesmo. E eu dificulto os menores atos. E meu deus quanta mediocridade!

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