Dizem por aí que ser perfeccionismo é mania, até defeito (não, não é papinho de entrevista, sim, ser perfeccionista é um defeito...). Mas, ainda assim, é uma mania universal. É só ver as religiões: no cristianismo, islamismo, se você for perfeito você ganha um prêmio, no espiritismo, se você for perfeito você passa de fase, enfim...). Perfeição é uma meta da natureza. O único defeito da perfeição, porém, é que ela é inatingível.
Um dos melhores exemplos sobre atingir a perfeição que vi foi em Cisne Negro. Acho tão significativo que, ao morrer, o último comentário dela foi “fui perfeita”. E pra ser perfeita ela teve que, digamos assim, morrer. Porque sua identidade se fragmentou e acabou em cisão, em descompasso. A perfeição é unir os dois mundos (o branco e o negro), já que as opiniões sobre o que é melhor são bem díspares e para ser perfeito você tem que unir o que é desunião, ir ao encontro dos dois lados. Você pode dizer: perfeição é verdade, portanto não há 2 lados. Não, a perfeição conversa com a incerteza do que é perfeito, nós não sabemos o que é perfeito, embora ansiemos. Nossa própria indecisão é esse sonho de perfeição.
Perfeição é fixação e cada vez mais ansiada, dizem ser defeito do mundo moderno, mas, quem sabe?, ápice natural de um milenar desejo.
O problema é não encararmos que a perfeição é uma farsa mortal. Quantas mortes de relações, de amizade ou amor, acontecem quando o outro deixou de ser “perfeito”? Quanto a isso, precisamos desacelerar um pouco e aceitar o raciocínio de que “ninguém é perfeito”, ou ainda melhor: que aceitar os “defeitos” é o melhor caminho para a perfeição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário