Sem ficar profundamente triste, também. Com uma porção cavalar de animes que se tornaram a mais nova droga do momento. Isso porque iniciei na cerveja, mas essa é só pelo gosto. Anime não. Qualquer problema que tenho resolvo com anime. Se estou triste, preocupada, achando que a pessoa mais importante pra mim morreu, vejo um anime. E durante uns minutos fico distraída, distraída, não penso, fantasio. Vejo vários seguidamente. Só penso em intervalos de segundos a cada 20 minutos.
Deve ser porque cresci, perdi a capacidade de fantasiar sozinha. Perdi minha criatividade, perdi a ingenuidade com que me permitia sonhar qualquer coisa.
Percebi que me tornei otimista, mais felizinha, sem escrever. Mas pode ser tudo imaginação minha, eu sei, meu problema é memória curta: quando estou contente parece que meus últimos dois meses foram só alegria, quando estou triste parece que isso foi minha vida toda.
Percebi que tornei uma pessoa um pouco mais desconhecida de mim mesma. Embora isso também possa ser imaginação minha.
Percebi que sou meio boba-alegre. E que isso é pra evitar levar a sério meu drama. E sem drama não se escreve. E que tanto minha alegria, quanto minha tristeza são exageros... e no fundo eu tenha é medo de qual seja meu verdadeiro “equilíbrio”.
Percebi que esse foi o maior tempo sem escrever desde alguns anos.
Percebi que me tornei um pouco mais prática: com vontade de sair, patinar e até mesmo trabalhar (mas, mesmo assim, durmo o dia todo com gosto).
Lá fora cantavam “parabéns pra você” para alguém. Fiquei atenta, contente de ouvir vozes.
É, acho que estou um pouco entediada.
E a sensação de escrever depois de tanto tempo é a de que declinei bastante, perdi o hábito e por conseqüência a vontade.
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