quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Sem título n° 11

É, eu escrevendo para o blog? Depois de todos esses longos anos de reserva?
Pois é, não era hiato criativo, não era por andar muito fútil nem porque minha vida andava na mesmice... não, nada disso. Também não é porque me sentia acuada pela presença constante do Dããniel, nem por pressão, nem por não saber de algum motivo mais edificante que a simples necessidade de ser alguém no mundo para escrever.
Não, eu estava todo esse tempo apenas meditando, entrando no fundo da minha alma e do meu eu... em silêncio nirvânico, endoplasmática, pra não acordar o belo embrião que dormitava esplêndido. Foi assim, nesse rito, que eu mesma caí num sono profundo e silencioso, até o ponto de ficar idiota ¬¬.
E é esse o real motivo de eu ter parado de escrever por tanto tempo – e provavelmente por outro longo período depois disso.
E o motivo de eu ter retornado não é porque finalmente eu tive um acesso repentino e raro de criatividade, nem porque tenha me esforçado por mim mesma. Não, eu continuo a mesma pessoa paradoxalmente egoísta que não faz as coisas pra si porque não quer cansar a si mesma.
O motivo real de tudo isso é pura e simplesmente porque eu andei lendo a caixinha de comentários, e mesmo sabendo da verdadeira identidade do Diego, eu quero continuar sendo a peguéte dele.
Mas a verdade, a verdade verdadeira, é que eu não queria continuar falando só de mim mesma. Nunca vou ser escritora coisa nenhuma se continuar assim. Por isso eu me identifico com a Clarice... não por escrever estupidamente bem como ela, mas por viver parecido um drama. Não quero ser autobiográfica. Quero falar dos outros, mas só conheço a mim. Aliás, nem a mim mesma tanto assim. E por aí vai. Eu odeio minha personalidade egoísta, mas não sei viver sem ela.
E, se for pra falar de mim, que eu pelo menos fosse brilhante. Mas não sou.

Não, eu não voltei a escrever pra falar do porquê eu não escrevia. Isso é tão lugar-comum, não é mesmo? Se tem uma coisa no mundo que eu, Nananãna, não gosto, é fazer coisas iguais as que todo mundo faz – isso embora eu não goste de me sentir fora do clube. E, o pior, o piooooor de tudo, é que é lugar-comum também tentar não ser lugar-comum. Sendo que quero ambas as coisas, acho que é a melhor opção, ainda assim.

Estou escrevendo tão mal... mas é a perda do hábito, vocês devem entender.

(eu escrevi um post antes desse, mas parei pra almoçar e perdi o pique. Ele continua até hoje sem terminar.)

De qualquer forma, não penso como antes, que minhas idéias vão livrar o mundo das cáries, que só com minha incrível e saltitante personalidade irei encontrar a cura do câncer literário.
Também por isso parei de escrever.
Tudo desculpa também! Foi só preguiça! Mas não só uma qualquer preguiça. Essa palavra tem um tom tão displicente, tão engraçadinho. Não é isso que eu quero passar. A minha preguiça é uma preguiça muito pesada, ela vai me matar de verdade um dia.


[espere, pare, mudei mais ainda o rumo agora]

..........................As palavras não comunicam o que deviam se viessem peladinhas. Por isso as pessoas escrevem literariamente. As palavras precisam vir adornadas de todo um resto de palavras que dêem a ela a idéia certa, exata. Isso é escrever bem. E apenas literatura sabe mostrar, ao contrário do que se pensa, o verdadeiro sentido das palavras. E o verdadeiro sentido de tudo. Porque não tem a incumbência disso. Tem a liberdade para isso. Eu não uso as palavras apropriadas porque no dicionário têm esse sentido mais conforme com o que quero dizer. São apropriadas porque são bonitas, porque eu gosto delas, porque eu quero assim e quero dizer assim. E se eu disser assim, com todas as palavras emboladas, engroladas, mal-formadas (é, mas eu releio tanto o que eu escrevo... umas dez vezes e sempre arrumo! São as palavras erradas certas), eu vou poder comunicar o que eu quero, porque o que eu quero dizer não deve vir com as palavras de sempre numa ordem previsível. Se vier, é que já foi dito. E por isso não vai dizer nada. Se diz coisas novas e certas com ordens incertas e palavras tulmutuadas. Se a coisa é nova, as palavras têm que vir novas.
(isso é algum manifesto?)

Eu ia falar, depois de tudo, de um pensamento meu, de momentos meus, muito banais. (eu tenho sérias dificuldades em ordenar meu fluxo de pensamento, é... ele jorra entre meus dedos que nem água quando a gente esguicha.).
Um deles é a morte de uma pessoa X do meu trabalho pra qual eu sorria e trocava tchauzinhos. X morreu de acidente de carro e eu me senti muito compadecida, é claro eu conhecia ela! – embora eu não saiba o nome.
Mas o pior drama foi quando eu voltava pra casa... depois de uma onda de azar que tenho levado, só faltava mesmo eu morrer atropelada – eu pensei uma hora. Pois foi pensar nisso e bum, veio uma idéia na minha cabeça: já pensou se eu morresse também num acidente de carro, que horrível pra minha imagem? As pessoas iam dizer: a Marcely morreu de carro, logo depois da pessoa X, acredita?
Pois é, imagina se eu morresse do mesmo jeito que outra pessoa. E onde ficaria minha auto-estima de pessoa que não faz sempre as mesmas coisas que os outros fazem?

Outra coisa é... bom, já que tenho que postar mais vezes eu conto depois – porque o post já ta disforme... se eu colocasse essa outra idéia, ainda, o post ia ficar com elefantíase.
Pois é, é esse meu ideal. Fica aqui só pra me constar:
Eu tenho uma noção de certo e de beleza. E é isso que eu quero passar ao escrever. E eu não peço pra fulaninho me dizer se ta bom ou ruim porque o texto tem que ter a minha beleza e o meu certo. Se o resto do pessoal não gostou: reescreve. E faz outro texto. Porque é assim: sempre a mesma idéia, só a ordem é diferente.
(eu estou me explicando pra quem?)

Um comentário:

Anônimo disse...

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