quarta-feira, 16 de abril de 2008

Aperto o interruptor, mas a luz acende.

Minha impressão agora é de que o mundo é uma projeção da minha mente. Não só uma impressão feita de sonho, imaginação, uma impressão real, sincera, assustadora, de que pode ser sim que esse mundo seja apenas um sonho meu.
Seria assim que os sociólogos ou antropólogos estariam errados ao lamentar o fato de que somos condicionados pela nossa própria experiência/vivência/concepção de mundo ao analisá-lo. No meu caso, seria certo que eu tomasse minha própria concepção como análise, já que sou eu quem move cada peça.
Se não fosse pela lógica racional, eu levaria ao limite essa idéia. Mas, afinal, como diriam vocês, é bem mais razoável que as coisas passem a chamar mais minha atenção a partir do momento que estou com algo na cabeça e através disso se conectem umas às outras. Mas a razão é questionável e as conexões muito mais claras pra mim do que apenas fruto da vontade.
Como o fato de eu, pouco antes de ter terminado com o Daniel, ter sido visitada no orkut por uma pessoa que nasceu exatamente no mesmo dia que ele e que também é programador. Por um motivo raro, fui lá propor a essa pessoa conhecê-la, já que morava por aqui. Coisa que jamais fiz ou pensaria normalmente em fazer.
Por estranha coincidência, quando voltava do trabalho, acabei descobrindo que o cachorro que eu sempre admirava e brincava no caminho, não era um, mas dois iguais. No mesmo dia em que tinha marcado de conhecer a tal pessoa do orkut. Não era um, mas dois iguais. E eu nem tinha percebido.
E com essa pessoa acabei me ligando. A pessoa que nasceu 7 dias antes de mim, em 77.
Agora, quando vejo os cachorros de novo, finalmente percebo a diferença (e agora nunca os vejo separado, como antes). Um é bem mais meigo que o outro. Um tem a cabeça bem mais preta.
Quando eu morava na quadra de lá, só na quadra de lá acabava a luz. Agora que moro na quadra daqui, acaba luz aqui, mas não acaba a luz da quadra de lá. Como se eu fosse o foco das coisas, as coisas acontecem.
Hoje, a minha indiferença pela vida foi empurrada para um desgosto pela vida, já que tudo parece acontecer pra dar errado: em tão pouco tempo de ano perco um namorado que achei que não perdia, do nada; sou assaltada, perco uma prova porque fui assaltada, perco a segunda chamada da prova porque o professor simplesmente aplicou a dita cuja sem me chamar pra ela direito, minha faculdade diz uma coisa, meus ideais idem, meu trabalho diz outra diferente. Então enquanto eu chorava de desgosto, foi passando de mansinho, fui deixando ficar só triste mesmo, desencantada. Uma menina levantou no meio da aula e caiu desmaiada lá na frente. Saio e gente toca maracatu, as batidas, levadas pela minha tristeza, tocavam mais terríveis que festivas, olho então no meio do pátio uma árvore caída. Uma daquelas antigas, linda e forte – caída. Então pareceu que, enquanto desmoronava meu mundo, tudo desmoronava junto, sinal de que o sonho vai se acabando.

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