Depois de um longo tempo mergulhada numa tristeza profunda (e depois das da grande tempestade de irritação confundível com o pior lado feminino, que destruíra navios e botes salva-vidas) tinha voltado para a borda e não encontrara mais ninguém. Todos afogados, nem sinais dos corpos. Ofegante, recuperando o fôlego há muito tempo perdido, procurava como continuar na superfície, agarrada na borda.
Às vezes numa busca inútil pelos outros, enfiava o rosto na água, mas logo retirava. Tentativa inútil, além de ser um risco alto mergulhar de novo. De alguma forma, imaginava que a resposta estava lá no fundo. Devia arrancar a "alga-daninha"...
Procurar novos banhistas se o mar continuava não dando pé era como ser uma sereia, cantar para atrair e afogar. Seu instinto de sereia, a vontade de cantar, de atrair os pescadores permanecia... No entanto, era sempre a mesma canção. A canção da solidão, dos atos solitários e enrodilhados no eu. Procurava outra música, mas não conhecia nem a letra nem os sons. Vai ver nunca se relacionara de verdade pra saber.
Queria, enfim, viver, mas não sabia. De repente tudo era resultado de sua loucura, até um sorriso assim, uma interjeição assada. "Eu não sei nadar". Estar no meio de um oceano escuro e não saber nadar... O instinto mais comum era dizer: "não está dando pé" e sair da água. Mas sereias só criam pernas e saem do mar em contos de fadas.
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