quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sobre pontos de vista e opiniões

Como sempre, eu não quero ser dogmática na minha crença intelectual, porém, estava vendo agora uma daquelas coisas chocantes que me deixam chateada e que só com meu bom e doce Deus-Sarcasmo pra lidar.
O que me deixa meio ressabiada, antes de propor qualquer ponto de vista – porque eu sei que sou radical e confio nele com unhas e dentes –, é me contradizer no que diz respeito às minhas idéias de relativismo e ateísmo e niilismo e tal.
Quando eu leio blogs de conservadores, crentes etc. etc. seres (supostamente?) opostos a mim, eu tenho pavor só de pensar que por estar em lado tão oposto eu possa me unir a eles e cair na mesma panelinha. O que é fato. E, pior, por ser relativista, jamais venceria um dogmático, embora eu esteja obviamente certa (!)... e eu me contradigo, mas só me contradigo pra comprovar que as coisas são todas relativas, inclusive minha débil opinião que está indubitavelmente correta – e que eu tenho quase certeza disso.
Então comecemos apontado os erros dos meus inimigos, para que com este post eu não me una a eles tanto assim, pelo menos permaneça a rixa.
Primeiro erro: achar que niilismo e relativismo impedem alguém de formular argumentos coerentes, defender uma tese etc. Mentira deslavada, veja só. O relativismo é uma opinião que tem que ser e não ser aceita pra se acreditar. Por isso até mesmo o relativismo é relativo. E, veja, não estou completamente errada só porque um coisa anula a outra... isso só confirma que umas coisas às vezes são, às vezes não são. O relativismo está tão certo porque em sua essência ele é relativo, veja que bonito! Eu sou dogmaticamente relativa então. E, oras. não são vocês os místicos que se aborrecem com lógica demais? Isso é uma lógica meio mística... pelo menos eu posso comer o que quero, andar como quero, vestir como eu quero, trepar como eu quero, mas veja... com todas aquelas limitações que o ambiente e as interações mente-mundo geram, é verdade. Mas ainda assim, eu escolhi, não me obriguei. E eu juro por deus (;)) que sou melhor agora sendo atéia do que era quando acreditava.
Outro erro: achar que ateístas não vivem bem, sofrem mais, não existem de fato e outras crendices – afinal, gostam de crendices, não? Minha alma não está alastrada pela dor. Aliás, não só a minha está doendo. Todas estão! A diferença é que ou vocês mentem pra si mesmos e dizem que, com Jesus, vocês se satisfazem e são felizes, mas, vejam, sofrem o mesmo, não muda nada. Os problemas existenciais não são questão de presença ou não de Deus. Vão além. Estou há muito tempo tentando rastrear de onde vêm. Mas possivelmente, como dizia o Fernando Pessoa, deve vir do pensamento – ou, como vocês acreditam, do fruto do conhecimento que o Satanás quis nos dar pra nos corromper – no fim, acreditamos na mesma coisa, né? Só que uns enxergam que nem o velhinho do Big Fish. Eu gosto de ver as coisas como são (realmente são?). Isso que me liberta, não são mantras...
Mas, então, agora que desprestigiei os que irão me atacar – a minha velha técnica de xadrez: já me autoatacando, inclusive, porque se eu me autoatacar ainda posso dizer “eu sabia, ué? E quais são os SEUS argumentos?”... mas ahááá... eu já roubei todos eles pra mim, estou consciente de que você podia muito bem me dar cheque, eu te dei cheque primeiro e joguei meu rei no chão, pulei em cima, esperneei e falei: “o jogo é meu e você está na minha casaaaa” – assim ninguém vence, ninguém perde, prefiro que fique esse caos mesmo no tabuleiro... afinal, chegar ao consenso? Não vai acontecer. Antes deixe que eu me expresse... cada um com suas idéias, não é mesmo? Porque juro nem vou querer te perturbar quando expor as tuas. É meio que querer provar quem está certo: a cor do daltônico ou a cor do “perfeito”... é apenas uma questão de enxergar as coisas de outro modo.

Agora, o que de fato eu ia dizer...
A massa é burra. Infinitamente burra, e não é porque eu sou uma burguesinha de merda que eu digo isso. Não senhor, eu nem sequer sou proletária, estou aquém disso, sou estagiária... Pode ser que o governo ou deus ou os ets ou a mídia ou sei lá quem esteja emburrecendo a massa com propósitos muito vis. Mas, sei lá, acho que o governo, deus, os ets ou a mídia são burros demais também. Acho que não são capazes de plano tão maquiavélico. Se a mídia é ruim, isso se deve ao fato de que a massa é ruim das idéias. Exemplificando, a globo passa aquelas novelas porque o povo gosta, se gostasse de ver uma palestra de filosofia e física quântica, eles iam passar as palestras! Ou vai ver eles são realmente inteligentes (...como se só pensam em dinheiro e poder??) e mirabolantemente maquiavélicos e já, desde a mais tenra infância, determinam as pessoas a serem burras. Eis porque a Xuxa, mesmo na maior decadência, ainda sobrevive.
Talvez seja apenas um caso de círculo vicioso: a tv passa coisas idiotas porque as pessoas são idiotas e as pessoas ficam idiotas por causa da tv...
Mas, falando no que me deixou extremamente bestificada a ponto de gerar o post: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=567668&tid=2564079753990295462&kw=trecho
Mesmo que eu ache às vezes que não se deve ser muito de bons-gostos rígidos... isso foi deveras... imbecil e assustador. Apocalíptico, se não tivesse sempre sido assim.
Porém na minha Bíblia do sarcasmo está escrito que “Bem aventurado és tu e o mundo por estar lotando de pessoas estúpidas”, ou seja, fico feliz de ter gente mais idiota que eu, só assim pra eu me sentir melhor.

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