terça-feira, 4 de março de 2008

And I'm not so suicidal after all

Nossa, como foi difícil as primeiras semanas do meu rompimento com o Dã! Achei que dessa vez eu realmente teria coragem de me suicidar. Mas, como diz aquela música do Cranberries, não, eu não sou tão suicida, sou até muito forte, e principalmente, agora pelo menos I’m free to decide. Aliás, diga-se de passagem, apesar de ter ficado bem fodida, eu me recuperei mais rápido disso do que qualquer problema pessoal. Um exemplo é que fico muito mais tempo deitada e desgraçada quando não consigo conviver com minha procrastinação do que por ter sido largada e trocada por alguém pior em menos de uma semana pela pessoa mais querida da minha vida ô.o.
Percebi que não perdi o mais importante que era a mim mesma. Logo, a esperança de que tudo pode continuar ou melhorar me fez ir em frente. Que dói, dói, mas a única dor que me faz querer morrer é a ocasionada de mim comigo mesma, nunca a ocasionada por terceiros. Afinal, eu, uma pessoa tão inteligente e bonita, não preciso de uma única pessoa pra me fazer feliz, posso encontrar perfeitamente outras. Ao contrário de uns e outros que a primeira porcaria que aparece já vai correndo comer pra não ficar passando fome. Uns tem uma personalidade desértica, outros não.
Hoje tem show do Iron Maiden aqui em Curitiba. E eu rogo a Deus por todas aquelas puras e doces pessoas que irão. Desejo do fundo do coração que ocorra uma explosão no palco que faça a pedreira ir abaixo e despedace o corpo de todos em mil pedacinhos.
Dãããããããniel estará lá acompanhado de seus companheiros de curso (não, ele não gosta de metal, está aprendendo a gostar por causa dos amigos (!) da melhor forma que poderia haver: jogando no lixo gastando algumas centenas de reais pra ouvir Iron Maiden. Mas é claro que depois que se joga 600 reais no lixo com a mensalidade de um curso de primeira categoria, gastar com banda de pré-adolescente um pouco mais revoltados que os fãs de Rebeldes é o de menos...). Se explodisse mesmo, imagino a dificuldade dos bombeiros em achar o número de cérebros correspondente ao número de participantes. Só o do Daniel já seria praticamente impossível, já que a maior parte esteve o tempo todo comigo.
Se você estiver lendo isso, Dããã querido, entenda meu ódio mortal por você estar indo a esse show pelos motivos supracitados, não é nada pessoal, sou sincera dizendo que quero ser sua amiga.
Quanto a mim, depois de saber coisas como essas, sinto que a melhor coisa foi o Dã ter partido pra outra pessoa mais no nível dele. Eu realmente acreditava que o Dãã fosse maduro e inteligente. Acho mesmo que até um mês atrás ele era (e isso me faz querer não perder a amizade). Vai ver ou eu era realmente o ponto forte da relação, ou a garota de programa que ele ta catando tão fácil sugou o cérebro dele pela boca. Ou as Universidades particulares não só têm a qualidade de educação ruim como ainda por cima deseducam... é uma probabilidade.
Depois de ter visto certas mudanças, eu fico mesmo é aliviada, embora, é claro, eu não goste de ver as pessoas involuindo, principalmente um companheiro como era o Dã. Mas não é a primeira vez, espero pelo menos que dessa seja passageiro.
Eu pensava que ficar sem ninguém do meu lado seria o fim. Mas, de qualquer forma, afinal, a melhor parte de qualquer relacionamento é sempre você mesmo. Quando pensei que eu podia conseguir coisas até melhores se continuasse, tirei a cabeça de dentro do forno, pus minha melhor calcinha e saí por aí dando que nem desvairada (ok, foi só uma piadinha pra quebrar o drama e o clichê).
Mas a verdade é que eu cheguei a fechar todas as janelas e portas, coloquei a cabeça lá pra provar como era. Não durou dois segundos e eu já pensei: estou sofrendo, mas não quero morrer por causa de uma bosta dessas. Meu orgulho e independência também falaram alto. E então abri portas, janelas, desliguei o gás e fui saltitando pra minha cama segurar o choro pra ir com um rosto apresentável pro trabalho no dia seguinte.
Depois disso, posso levar mais de 8000 pés na bunda de amigos, companheiros, amantes, namorados, pai, mãe, avó, filhos e cachorros que eu sei que, por pior que seja (e é o pior), eu vou melhorar em segundos porque tenho ao meu lado eu mesma. E eu consegui passar no vestibular, eu tenho bom gosto, eu tenho controle, e eu sou madura – embora descontrolada e descomposta – e ninguém nunca será mais importante pra mim do que eu mesma. O dia que o meu orgulho e amor próprio forem feridos, daí sim (e isso ocorre com certa freqüência e também pelos motivos supracitados, mas não por tempo suficiente ainda).
Estou renovada, feliz. Já que sou uma blasé mental que vive entediada, nada melhor que a idéia de novidade pra me deixar que nem uma louca desvairada. Fico contente até porque o Daniel me deixou – tal é o tamanho do meu tédio às vezes. Fico contente porque estou morando num lugar novo, porque subo escadas, porque vou por um caminho novo para o trabalho, porque aprenderei coisas novas, lerei coisas novas, porque meus alunos são tão outros que ainda nem sei o nome, porque posso ter um relacionamento completamente novo, porque posso fazer o que quiser sem ter que prestar contas, porque posso ir para a Finlândia e não sentirei falta de ninguém aqui – e a idéia de que eu vou poder viajar e morar num lugar realmente frio e novo ao extremo me deixam no mínimo animada.
Não que por algum momento eu não tivesse querido voltar para o Dããã. Ah, eu quis, sinto que podia tê-lo amado ainda por muito tempo e que podia fazer muitas coisas para que desse certo – como fiz indo morar longe, procurando mais independência e novidade pra parar de ser chata. Mas já que ele chutou o pau da barraca tão cedo, oras, faço isso com outro, ele que perdeu a oportunidade de ter tido um relacionamento legal.
Gosto de ser independente, e consigo ser mesmo me comprometendo com as coisas. Estou onde deveria estar.

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