quarta-feira, 18 de junho de 2008

bah

Ao contrário do que uma vez me disseram, acho que uma pessoa que diz que só se mata no desespero, jamais se mataria. Existe um perfil de suicida. Existem pessoas que querem se matar, por motivos banais ou não, e existem pessoas felizes (conformadas com a vida).
Eu não entendo como alguém que pensa, que sabe que o mundo é EXTREMAMENTE ruim, que já planejou alguma vez se matar, nunca tenha tentado. Pra mim essas pessoas jamais se matariam, ao contrário daquelas que dizem sempre querer morrer e já tentaram (apesar do pessoal gostar de dizer que não).
Hoje era um dia propício. Não estou muito apegada a nada e tenho a forte certeza de que, sendo o mundo horroroso de se viver, valeria a pena aproveitar o desapego para me matar de vez.
Por que alguém vive? Por que as pessoas sabem que o mundo é ruim, sofrem e mesmo assim vivem? É como se fosse um vício, um vício ruim.
Apenas isso. Sem vaidade, sem ironias. Sem graça.
Pode ser que os momentos bons, os parcos, raros e variáveis “momentos bons” valham a pena de tuuuudo isso. Mas não valem, eu tenho quase certeza que não – embora eu não esteja experimentando a sensação de um desses momentos agora e é o que me faz duvidar um pouco. As pessoas não vivem pelos “momentos bons”. Elas se conformam que têm que viver apenas. Elas não sabem morrer, apenas viver. É uma questão de não ter muita escolha, eu acho.
Às vezes os motivos bobos são melhores que os bons motivos – morrer realmente não é tão fácil. Não se morre porque se preocupa com alguém, por exemplo. Não é um bom motivo, você sabe que essa pessoa vive com ou sem você – é o caso do Daniel, eu me arrependo de não ter me matado por pena dele.
Ser vivo é ser ridículo.

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