quarta-feira, 25 de junho de 2008

O eterno retorno do post sobre o retorno eterno (do mesmo assunto)

Que sentido faz ter um blog se tudo o que digo já foi dito – e mesmo isso? – e mesmo isso? – e mesmo isso? Qual o sentido de qualquer comunicação se todos já sabem tudo previamente? Oras, vocês me dirão, no fim do século passado e até mesmo antes essa idéia de originalidade já tinha ido pras cucuias... você como lingüista já devia ter ouvindo falar em Bakhtin, em dialogismo e o caralho a quatro. É, até mesmo isso – e até mesmo isso. Tudo não faz sentido que seja dito. Queria ser mudo porque não há o quê nem como ser dito que já não tenha sido dito. Os humanos giram em torno dos pensamentos em combinação com a Terra e tudo gira igualmente no próprio eixo tornando tudo infinitamente uma repetição infinita e a História e tudo, tudo, meu cotidiano, minha vida, as pessoas que conheço giram em torno de si, tudo se repetindo enfadonhamente. Se nem a comunicação faz sentido quando as coisas mais banais e cotidianas já não fazem sentido, sentido menor teria viver se, privada da comunicação, não poderia ter prazem em qualquer interpretação semiótica – que eu já conheço ou o inconsciente coletivo já me comunicou de alguma forma. Que graça teria conversar com alguém que já ouviu tudo o que você tem pra falar? Sorte que há a tão querida diversão que o Rafael ali embaixo citou. Vive-se pra se divertir, mesmo que a diversão, muitas vezes pareça enfadonha perto de uma perspectiva negativa da vida – a qual, inclusive, suga energias para as possíveis diversões (enfadonhas).
Que sentido faz alguém escrever? Que sentido eu escrever isso? Consiste, não é mesmo Rafael?, numa ausência total de sentido mesmo – E TODO MUNDO SABE DISSO! Consiste apenas num vômito necessário seguido de um possível bem estar de alívio que no fundo, no fundo não alivia nada. É a diversão! Assim como nos divertimos vendo passar logo o tempo dessa vida sem graça que sabidamente sem diversão nem vale a pena. Porque a diversão faz passar mais rápido o tempo. E todo mundo, no fundo, no fundo, como funcionários exaustos de uma empresa monótona, não vê a hora de acabar o expediente. Portanto encha minha mesa de tralhas pra fazer. E que o tempo passe mais rápido.

[de como as coisinhas mais bestas me afetam ininitesimal e metafisicamente]

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