segunda-feira, 16 de junho de 2008

A história cíclica de uma Zambraia

Estava lendo o post da Marília lá, entre outras coisas, sobre espera e tal, e nessa tarde fria (fria mesmo, hoje está fazendo de -1 a 14 graus, acho que nunca presenciei um tempo tão frio), me sentindo extremamente só – ainda mais só por não ter com quem compartilhar a alegria de estar o maior frio que já senti –, ainda mais e mais só porque o filme que era pra eu ver foi baixado errado, eu não sei o que assistir, queria ouvir algo (então só ler não me interessa agora), comecei a pensar no quanto eu nasci pra ser uma dona de casa frustrada. Muda o namorado, mas não muda nada, meu deus – eu fico pensando – as coisas se repetem, se repetem, se repetem! Será que com todo mundo é assim?
Quando eu estava com Aquele que não deve ser nomeado, eu lembro dele tentando pro maldito vestibular... sei lá por que tantas e tantas e taaaantas horas estudando pro vestibular – e no final, não passando. Isso durou 4 anos de espera. Imaginem 4 anos em que você tem que doar todos os fins de semanas e dias de semana pralguém estudar. E todo ano a mesma expectativa (deus meu, faça esse escroto passar nessa bosta de uma vez, por favor!), lembro das noites que antecipavam o vestibular (aliás, os meses, estou sendo boazinha) em que a atmosfera já começava a ficar pesada, as horas do vestibular propriamente dito de espera aflitiva, ficar esperando que tudo dê certo dessa vez, a volta: “e aí?”, “fui mal!”, “foi nada, você vai ver!” – eu sou otimista quando o problema não é necessariamente meu.
“D...., não ligue, você é muito, muito inteligente, mas por que não faz uma faculdade particular mesmo?”. Ok, depois de insistir muito ele fez. E ele encontrou uma linda, inteligente (cof! cof!) e nova namorada que nem ele lá, nos primeiros meses.
Eu percebo agora que devia ser indenizada por esses 4 anos.
Eu ficava horas olhando para o horizonte querendo fazer algo, mas tinha que entender que ele tinha que estudar. E agora eu tenho que olhar minhas férias de julho já prevendo que vou ter que entender que o Eros tem que estudar. E as tardes são chatas. Tá, eu devia fazer alguma coisa além de ficar com o namorado, eu sei. Prometo que vou ver meus origamis, prometo que vou convidar a Karina pra passearmos só nós duas. E a Tati também, quem sabe o Enrico, o Henrique, o caralho a quatro, qualquer coisa assim. Pelo menos eu sei que não é mais que um mês, que não é para um mero vestibular, que o Eros pelo menos deve aprender quando estuda, que ele não é tão negligente comigo. Hope so.
E eu sei que sou dependente, mimada e imatura (mas pelo menos eu não tenho cara de pinóquio e cabelo ressecado, ok?), e eu espero que o Eros, pelo menos, consiga ver que esperar alguém estudar é ruim demais e me dê um desconto por não ser tão, tão perfeita quanto a minha amostra grátis. E espere um pouco pra me deixar por uma professora bonitona de algum departamento (deus queira, uma professora bonitona, não uma aluna que entrou graças à cota, manca e com queimaduras na face). Deixe pelo menos passar o inverno.

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