terça-feira, 8 de setembro de 2009
Vida
Acho que fiquei bem umas 3 horas na cama tentando dormir. Eu já tinha tomado o café-da-manhã e tinha todo um dia pela frente, mas o dia pela frente não me fez empolgada para acordar. Esperei o alarme do remédio tocar para levantar da cama. Era 10 horas da manhã em ponto e o dia estava cinzento como eu gosto. Olhei lá fora para ver se a cena dos banquinhos e do chão forrado de flores, e a árvore rosa continuavam existindo para eu tirar uma foto. No mesmo momento uma ave enorme segurando uma ave menor passou voando. E atrás outras aves menores a perseguiam. Concluí que a ave grande tinha roubado seu café-da-manhã de um ninho. Pensei mais uma vez que não adianta nada querer enquadrar o mundo e a natureza em um quadro bonito de perfeição. A beleza nunca vai anular a crueldade da própria vida. A beleza estática e mansa que tanto desejamos não é vida, não é força, é a ânsia pela morte. A mesma que me segurava na cama 3 horas acordada sem querer me levantar, apesar dos carros e dos ônibus com seus motores e atritos ensurdecedores não me permitindo esquecer que tudo é movimento e violência lá fora.
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